Conheça as principais recomendações para tratar a síndrome do pânico, incluindo sugestões de terapias alternativas.
A síndrome do pânico — ou transtorno do pânico — é caracterizada por ataques de pânico recorrentes, somados à ansiedade persistente e mudanças de comportamento, que ocorrem em função de preocupação com novas crises.
Estima-se que 11% da população enfrenta ataques de pânico, anualmente. Tais episódios, isolados, não configuram o desenvolvimento da síndrome.
Quando as crises são esporádicas, não é necessário investir num tratamento específico. Apenas se recomenda que o episódio seja percebido como indício de grande estresse. E, portanto, mudanças no estilo de vida serão bem-vindas.
Porém, nos casos de crises frequentes, o problema ganha outra dimensão.
Com a saúde mental comprometida pelo medo e sintomas que ocorrem em momentos inesperados, mesmo atividades banais podem se tornar impraticáveis.
Então, como tratar a síndrome do pânico?
Medicamentos são a única opção?
É possível recuperar o controle da vida, a partir de novos hábitos?
Confira, neste post, as principais recomendações para quem sofre com o transtorno.
E, se houver dúvidas ao final da leitura, não hesite em escrevê-las nos comentários!
Terapia cognitivo-comportamental no tratamento da síndrome do pânico
Para você entender a importância da terapia, é fundamental esclarecer que as causas prioritárias do transtorno são de caráter psicológico.
É uma espécie de círculo vicioso. A pessoa experimenta sensações corporais — batimentos cardíacos e respiração acelerados, suor em excesso, dores no peito, tontura, tremores… —, sem causas perceptíveis.
Os sintomas aparecem sem aviso, em qualquer momento do dia — ou mesmo durante o sono.
Se tais ataques se repetem, é natural que se desenvolva o medo de novos episódios, pois o mal-estar é intenso.
A síndrome corresponde, justamente, ao temor da recorrência do pânico.
E, para se preservar de situações embaraçosas, é possível que a pessoa apresente mudanças no comportamento, evitando atividades cotidianas, nas quais se sinta exposta — distúrbio denominado agorafobia.
Em resumo: enquanto o ataque de pânico é descrito como experiência de medo (irracional) extremo, a síndrome é o próprio “medo do medo”.
Logo, o tratamento psicológico — especialmente a terapia cognitivo-comportamental (TCC) — é eficaz porque permite a identificação dos pensamentos e interpretações distorcidas, auxiliando no seu enfrentamento.
Técnicas de TCC para síndrome do pânico
Dentre as técnicas mais populares da terapia cognitivo-comportamental estão a dessensibilização e a terapia de exposição.
Nessas práticas, o terapeuta propõe estímulos que despertam a ansiedade.
Tal exposição é controlada, gradual, num ambiente seguro, de forma que a pessoa possa vivenciar uma simulação de eventos estressores.
Com amparo do profissional, que sugere ações de controle, é possível aprender a reagir de forma mais consciente e realista, sempre que o pânico apresente seus primeiros sinais.
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Medicação para tratar a síndrome do pânico
Antidepressivos e benzodiazepínicos (ansiolíticos) podem ser prescritos para atenuar sintomas do transtorno do pânico.
No caso de antidepressivos, o efeito é lento e será sentido a longo prazo.
A continuidade do tratamento resulta em redução da intensidade dos ataques de pânico e melhor gerência sobre a ansiedade.
Antidepressivos comumente indicados incluem:
- fluoxetina;
- sertralina;
- paroxetina;
- citalopram.
Já os benzodiazepínicos têm efeito sedativo (promove relaxamento e calma).
Sua ação é rápida e, por isso, são recomendados para uso durante o ataque de pânico, porém devem ser usado com cautela, e apenas seguindo as recomendações médicas, porque essa classe de remédio pode causar dependência.
Nessa categoria, os medicamentos mais receitados são:
- alprazolam;
- clonazepam;
- diazepam;
- lorazepam.
Ainda que auxilie, a medicação não representa a “cura” do problema. Deve ser encarada como um coadjuvante de um tratamento mais efetivo, que engloba terapia e mudanças no estilo de vida.
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Tratamentos alternativos para a síndrome do pânico
Para ajudar a superar o pânico, é possível fazer uso de algumas técnicas e adotar certos hábitos cotidianos.
Estilo de vida
Dentre as medidas recomendadas, as principais são:
- evitar álcool, drogas recreativas, cigarros e cafeína;
- fazer atividades físicas regularmente;
- desenvolver uma boa rotina de sono, obedecendo à quantidade de horas adequada para se sentir disposto durante o dia;
- meditar (mindfulness é uma modalidade especialmente benéfica);
- praticar técnicas de respiração profunda, que podem ser aprendidas nas sessões de terapia cognitivo-comportamental, bem como nos exercícios de meditação ou yoga.
Além dessas orientações básicas, que devem ser incorporadas ao dia a dia, é interessante investigar o efeito complementar de terapias alternativas para promoção do bem-estar.
Boas sugestões incluem:
Aromaterapia
O óleo essencial de lavanda é o mais indicado, devido ao seu poder tranquilizante e relaxante.
Ele pode ser utilizado em difusores de ambiente ou aplicado na pele (de preferência, misturado a um óleo vegetal puro).
Outra dica é pingar algumas gotas no travesseiro, antes de dormir, para obter um sono mais sereno.
Essa são instruções bastante simples e não representam o total de benefícios que a aromaterapia oferece.
O ideal é procurar por um profissional da área, que fará indicações mais pontuais, diversificando os tipos de óleos e métodos de uso.
Acupuntura
Técnica da medicina tradicional chinesa, consiste na aplicação de agulhas, em determinados pontos do corpo.
Estimula a produção de adrenalina, endorfina e melatonina, hormônios que colaboram para sensações de bem-estar.
Reiki
Reiki é outra alternativa para reduzir os níveis de ansiedade e estresse.
Uma vez que esses sentimentos são gatilhos comuns dos ataques de pânico, amenizá-los é uma boa forma de reduzir a probabilidade de novas crises.
É válido enfatizar que não existe um caminho único para o enfrentamento do medo e demais sintomas da síndrome do pânico. Cada pessoa responde de modo diferente aos tipos de tratamento — inclusive à medicação.
Vale ressaltar que esses são métodos alternativos, mas que não excluem a necessidade de psicoterapia e de se consultar com um psiquiatra.
Sugestão de leitura: Consulta com psicólogo — como é a primeira sessão de terapia.
Se você conhece uma estratégia que não mencionamos neste texto, compartilhe sua sugestão nos comentários. O que é útil para você, pode ser eficiente para outros!