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Bipolaridade: sintomas, gatilhos, causas, tratamentos e como lidar

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A bipolaridade (anteriormente chamada de transtorno maníaco-depressivo ou depressão maníaca) é caracterizada por extremos altos e baixos emocionais. Aprenda a identificar os sintomas do transtorno e saiba como é realizado o diagnóstico.


Assuntos abordados neste texto:


O que é bipolaridade

A bipolaridade é um transtorno mental caracterizado por intensas e, aparentemente, inexplicáveis mudanças de humor. Sensações de euforia e depressão se intercalam, provocando acentuadas variações de comportamento, pensamento, energia, sono, julgamento e raciocínio.

O termo bipolar, empregado para dar nome ao distúrbio, se refere exatamente a esse aspecto de oscilação entre os dois “polos” (extremos) do humor.

Episódios de depressão — marcados por uma incomum melancolia, lentidão e apatia — podem se arrastar por dias, semanas ou meses.

Já os episódios maníacos (eufóricos) são intensos. Tudo é muito impetuoso, urgente e agressivo. Nessa fase — que costuma ser mais breve que a depressiva — o consumo (de objetos ou substâncias) é compulsivo, irracional. Tal como atitudes, falas e pensamentos, que ocorrem num ritmo acelerado.

Entre esses dois períodos, é possível que a pessoa se sinta normal. Ou seja, em equilíbrio e capaz de conduzir a vida de modo saudável.

Diferença entre bipolaridade e mudanças de humor normais

Você pode ter lido a descrição de bipolaridade e ter pensando: “ah, mas eu já passei por vários momentos assim!”.

Claro, é absolutamente normal (e saudável) ter uma história de vida povoada por alterações de humor — que podem acontecer de uma hora para outra.

Isso significa que estamos reagindo aos eventos.

Encontramos motivações que nos deixam eufóricos.

Ou tropeçamos em problemas que nos deixam tristes.

Então, quando isso deixa de ser uma mudança de humor normal para ser lido como sintoma de bipolaridade?

Imagine que suas emoções de resposta aos acontecimentos se prolongam, tomando conta de sua vida por dias (ou meses).

Em consequência, você se comportaria de modo desconectado da realidade, arriscando sua segurança, seu corpo e sua mente.

Essa é a grande diferença entre o humor normal e a bipolaridade.

No primeiro, as emoções estão conectadas às suas causas. Mesmo que exageradas, elas estão num contexto.

No segundo, essa coerência se perde.

Inclusive, é possível que tanto um episódio maníaco quanto um depressivo aconteçam sem um gatilho concreto.

Ou seja, o bipolar pode se apresentar profundamente desesperançoso ou extraordinariamente animado, sem que tais comportamentos se justifiquem por alguma eventualidade.

Se fôssemos resumir, portanto, o que diferencia bipolaridade de alterações de humor normais, nos ateríamos a dois pontos: intensidade e tempo de estadia das emoções.

Fatos sobre o transtorno bipolar

  • A bipolaridade é um transtorno mental que atinge cerca de 4,2 milhões de brasileiros — segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).
  • Durante a gravidez e pós-parto, os sintomas do distúrbio bipolar podem se agravar. A causa, provavelmente, está relacionada às alterações hormonais, estresse e privação de sono — comuns nesses períodos.
  • Os sintomas de bipolaridade costumam ter início no final da adolescência ou nos primeiros anos da fase adulta — em média, aos 25 anos de idade. Porém, essa faixa etária não é uma “regra”. O distúrbio também pode aparecer na infância. Ou se manifestar em adultos mais velhos.
  • As flutuações de humor, típicas da condição bipolar, são tão intensas que comprometem o desempenho individual — em diferentes aspectos da rotina. Sem tratamento, pode ser desafiador manter um emprego, administrar as finanças e ter relacionamentos duradouros, por exemplo.
  • Segundo dados do Instituto Nacional de Saúde Mental dos EUA (NIMH), mais de dois terços das pessoas com bipolaridade têm, pelo menos, um parente próximo com a doença.
  • É possível que pessoas com distúrbio bipolar vivenciem, ao mesmo tempo, sintomas de mania e depressão (episódios mistos).
  • Infelizmente, a bipolaridade não tem cura conhecida. E, se a ignorarmos, podemos comprometer os resultados de tratamentos — viáveis e eficientes (desde que levados a sério).

“Quando fui diagnosticado com transtorno bipolar no ano em que fiz 50 anos, certamente foi um choque. Mas, como jornalista, sabendo um pouco sobre muitas coisas, não sofri o equívoco de que a depressão estava só na minha cabeça ou uma marca de mau caráter. Eu sabia que era uma doença e, como todas as doenças, era tratável.” — Jane Pauley

Sintomas de bipolaridade

Os sinais e sintomas do transtorno bipolar podem ser observados em comportamentos e estados emocionais incomuns, que se prolongam por dias ou semanas.

Durante esses períodos — denominados episódios de humor —, a pessoa pode parecer muito triste, lenta e desanimada. Ou, ao contrário, pode se mostrar subitamente agitada, impulsiva e com excepcional energia.

Tais episódios se intercalam, em intervalos de dias, semanas ou meses — dependendo do tipo de bipolaridade que afeta o indivíduo.

Conforme mencionamos anteriormente, existem também os episódios mistos, que implicam numa combinação de sintomas depressivos e maníacos, num mesmo recorte de tempo.

Para melhor entendimento, abaixo listamos os sinais característicos dos diferentes episódios de humor.

Sintomas de transtorno bipolar em episódios de depressão

  • Tristeza persistente (humor deprimido).
  • Fadiga (cansaço excessivo e redução de energia).
  • Alterações significativas no apetite.
  • Perda ou ganho de peso.
  • Sentimentos de desesperança, vazio, impotência e inutilidade.
  • Culpa e preocupações excessivas.
  • Lentidão (física e mental).
  • Insônia ou sono excessivo.
  • Baixa autoestima.
  • Memória e concentração prejudicadas.
  • Ausência de prazer e interesse nas atividades habituais.
  • Isolamento social.
  • Pessimismo generalizado.
  • Pensamentos suicidas.

“A depressão afeta não apenas o humor, mas também a natureza e o conteúdo do pensamento. 
Os processos de pensamento quase sempre desaceleram, e a determinação é substituída por indecisão e ruminação. 
A capacidade de concentração é geralmente muito prejudicada e a ação e o pensamento intencionais tornam-se difíceis, se não impossíveis.”
― Kay Redfield Jamison, psicóloga clínica e uma das maiores especialistas em transtorno bipolar. 

Sintomas de transtorno bipolar em episódios maníacos

  • Diminuição da necessidade de sono.
  • Autoestima inflada.
  • Hiperatividade.
  • Agitação psicomotora.
  • Delírios de grandeza.
  • Aumento do desejo sexual.
  • Fala e pensamentos acelerados.
  • Irritabilidade extrema.
  • Sensação de tensão e nervosismo.
  • Atenção dispersa (distratibilidade).
  • Alucinações.
  • Comportamento agressivo.
  • Atitudes impulsivas e imprudentes.
  • Sensações de extrema felicidade, energia e autoconfiança.

Sintomas de transtorno bipolar em episódios mistos

  • Humor deprimido.
  • Irritabilidade.
  • Sentimentos de culpa.
  • Ansiedade.
  • Insônia.
  • Fácil distração.
  • Diminuição das atividades gerais (incluindo atividades de lazer e entretenimento).
  • Fala e pensamentos acelerados.
  • Inquietação.
  • Ideação suicida.

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Causas do transtorno bipolar

Embora exista substancial pesquisa sobre a bipolaridade, os especialistas não apontam uma causa exata para o transtorno. A principal hipótese é que uma combinação de fatores físicos, ambientais e sociais torna uma pessoa mais vulnerável ao desenvolvimento da doença.

A lista de possíveis causas inclui:

  • Fatores genéticos: a bipolaridade é mais comum em pessoas que têm um parente próximo com a doença. Isso não significa que exista um gene bipolar. Os pesquisadores acreditam que a hereditariedade, na verdade, se deve a uma série de características genéticas que ainda precisam ser melhor compreendidas.
  • Fatores biológicos: tais como desequilíbrio de neurotransmissores ou hormônios; problemas mitocondriais (que levam a alterações na produção e uso de energia); perda ou dano de células no hipocampo (parte do cérebro com importante papel na regulação de emoções e memória).
  • Fatores ambientais e sociais: eventos estressantes, traumáticos ou perdas significativas podem desencadear os primeiros sintomas da bipolaridade em pessoas suscetíveis ao transtorno — principalmente quando há presença do fator hereditário.

Gatilhos de bipolaridade

Gatilhos de bipolaridade
Eventos estressantes podem desencadear sintomas da bipolaridade.

Quando nos referimos aos gatilhos de bipolaridade, estamos nos centrando em circunstâncias que podem desencadear os episódios maníacos ou depressivos em pessoas vulneráveis ao transtorno.

Os gatilhos mudam, de pessoa para pessoa. Mas é importante ter noção de quais são os mais comuns, a fim de saber percebê-los e contorná-los, sempre que possível.

Exemplos de gatilhos conhecidos incluem:

  • estresse;
  • problemas financeiros;
  • conflitos em relacionamentos íntimos;
  • divórcio;
  • discussões com colegas de trabalho;
  • alteração na rotina de exercícios físicos;
  • mudanças sazonais (climáticas);
  • uso de álcool ou drogas;
  • cafeína em excesso;
  • alterações hormonais provocadas pelo ciclo reprodutivo;
  • mudança no padrão de alimentação;
  • irregularidade de horas de sono (dormir pouco ou além do habitual);
  • medicamentos (efeitos colaterais de corticoides, antidepressivos, inibidores de apetite e remédios para tireoide estão associados a sintomas maníacos);
  • perda de um ente querido;
  • eventos positivos (promoção no emprego, férias, nova moradia, nascimento de um bebê…);
  • mudança no padrão de atividades sociais.

Diagnóstico do transtorno bipolar

O diagnóstico de bipolaridade envolve diferentes etapas de exames e avaliações:

1. Exames físicos

Seu médico deve pedir testes de laboratório e realizar exames físicos, com objetivo de investigar outras possíveis causas orgânicas dos sintomas depressivos ou maníacos.

É possível que problemas médicos (como tireoide hipoativa ou hiperativa) sejam responsáveis pelos episódios de humor.

Logo, é importante descartar essas possibilidades antes de dar sequência às demais avaliações.

2. Avaliação de saúde mental

O transtorno de humor bipolar pode ser difícil de ser diagnosticado. Sendo assim, é necessário procurar por um psiquiatra ou psicólogo experiente.

Questões referentes aos sintomas de altos e baixos, padrões de sono e comportamento são essenciais para a condução do diagnóstico.

Perguntas sobre história de vida, bem como histórico familiar, costumam ser outros aspectos abordados por psicólogos e psiquiatra.

Também é possível que o profissional solicite o preenchimento de uma autoavaliação psicológica.

Dependendo da situação, com consentimento do paciente, familiares e amigos próximos podem ser consultados, a fim de complementar informações sobre os sintomas.

3. Critérios do DSM-5

O Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), da Associação Americana de Psiquiatria (APA), é referência para médicos e psicoterapeutas avaliarem distúrbios de saúde mental.

No total, o DSM-5 classifica 7 possíveis diagnósticos relacionados ao transtorno de humor bipolar:

  1. Transtorno bipolar tipo I
  2. Transtorno bipolar tipo II
  3. Transtorno ciclotímico
  4. Transtorno bipolar induzido por substância/medicamento
  5. Transtorno bipolar e transtorno relacionado devido a outra condição médica
  6. Outro transtorno bipolar e transtorno relacionado especificado
  7. Transtorno bipolar e transtorno relacionado não especificado

No entanto, apenas os 3 primeiros da lista atendem aos critérios para classificação do quadro como distúrbio bipolar.

Nos demais casos, verifica-se a causa como decorrência do efeito colateral de uma intoxicação, outro problema de saúde (evidenciada em exames laboratoriais) ou os sintomas “não preenchem completamente os critérios para qualquer tipo de transtorno dessa classe”.

Quanto aos tipos I, II e ciclotimia, os critérios indicados no DSM-5 são:

  • Transtorno bipolar tipo I: distúrbio de humor em que se verifica a ocorrência de pelo menos um episódio maníaco, que pode ter sido precedido ou sucedido de episódios hipomaníacos ou depressivos.
  • Transtorno bipolar tipo II: distúrbio de humor recorrente, constituído por um ou mais episódios depressivos maiores e pelo menos um episódio hipomaníaco.
  • Transtorno ciclotímico: distúrbio de humor flutuante, envolvendo períodos com sintomas hipomaníacos que não preenchem os critérios para um episódio hipomaníaco; e períodos com sintomas depressivos que não satisfazem os critérios para um episódio depressivo maior.

Tratamento para bipolaridade

O tratamento para transtorno bipolar costuma combinar medicamentos de uso contínuo (estabilizadores do humor, anticonvulsivantes e antipsicóticos atípicos), terapia e psicoeducação (para melhor entendimento da condição e necessárias adaptações no estilo de vida).

Medicamentos para transtorno bipolar

A medicação prescrita pelo psiquiatra contempla as necessidades específicas do paciente, de acordo com o tipo de bipolaridade e sintomas relatados.

É possível que, antes de chegar ao tratamento mais oportuno, a pessoa com bipolaridade experimente combinações de diferentes psicofármacos.

Para encontrar o tratamento que funciona melhor, portanto, é fundamental que o paciente mantenha contato com seu médico, informando efeitos colaterais e outros sintomas que possa perceber.

Dentre os medicamentos comumente prescritos para transtornos bipolares podemos citar:

  • acatisia;
  • aripiprazol;
  • asenapina;
  • bupropiona;
  • carbamazepina;
  • clorpromazina;
  • clozapina;
  • divalproato;
  • haloperidol;
  • inibidores seletivos da recaptação de serotonina (SSRI);
  • lamotrigina;
  • lítio;
  • lurasidona;
  • olanzapina;
  • oxcarbazepine;
  • paliperidona;
  • quetiapina;
  • risperidona;
  • valproato;
  • ziprasidona.

Tipos de terapia para bipolaridade

Diferentes tipos de terapia se mostram úteis aos pacientes diagnosticados com transtorno afetivo bipolar.

Exemplos de abordagens psicoterapêuticas eficazes incluem:

  • terapia cognitivo-comportamental;
  • terapia focada na família;
  • terapia interpessoal e do ritmo social
  • terapia comportamental dialética;
  • psicoeducação em grupo.

Saiba mais: Consulta com psicólogo: como é a primeira sessão de terapia?


Importância da terapia para tratamento do transtorno bipolar

Conforme pontuamos, o tratamento padrão do distúrbio bipolar inclui medicamentos — prescritos por um psiquiatra — e terapia psicológica.

Essa combinação é sugerida porque ambos recursos funcionam melhor em conjunto — já que atuam de modo distinto para gerenciamento dos sintomas.

É correto dizer que se complementam, sendo que os psicofármacos agem no sistema nervoso central (alterando, quimicamente, funções do cérebro), enquanto a terapia se propõe a oferecer mecanismos de compreensão e enfrentamento dos sintomas.

Dificilmente a medicação é indicada isoladamente, pois seus efeitos não são eficientes numa condição crônica.

Se pensarmos em algo simples, como uma dor de cabeça, podemos entender melhor essa afirmação.

Ora, se a dor é esporádica, um remédio a resolve. Até porque ela acontece em função de algo atípico, como um dia de sono ruim ou pouca ingestão de água.

Mas, e quando a dor persiste, por semanas?

Será adequado combatê-la apenas com pílulas?

Não estaríamos, assim, “maquiando” o problema, inibindo o entendimento do que há por trás do sintoma?

Essa é, justamente, a função da terapia psicológica no tratamento da bipolaridade. Descobrir quais comportamentos, hábitos e escolhas estão favorecendo o estabelecimento de episódios maníaco-depressivos.

Mais do que isso: a terapia ajuda o paciente a conquistar melhor controle sobre a condição de saúde — tanto em relação às causas quanto às consequências do distúrbio.

Como funciona a terapia cognitivo comportamental (TCC) para bipolaridade

Dentre diferentes abordagens da psicoterapia, a terapia cognitivo comportamental recebe particular destaque no tratamento do transtorno bipolar, sendo sua efetividade embasada e comprovada por estudos criteriosos.

E por que a TCC é tão bem-conceituada?

Basicamente, porque emprega técnicas e ensina práticas focadas na resolução dos múltiplos problemas associados à bipolaridade. Não apenas no que se refere à depressão e mania propriamente ditas. Mas também seus reflexos na qualidade de vida global, incluindo relacionamentos e atividades profissionais.

Para tanto, os objetivos e métodos da terapia cognitivo comportamental estão direcionados a:

  1. Promover a psicoeducação de pacientes e familiares sobre o distúrbio bipolar.
  2. Ensinar estratégias de monitoramento dos sintomas maníaco-depressivos.
  3. Estimular a aceitação e compromisso do paciente para com o tratamento.
  4. Indicar técnicas para enfrentamento dos sintomas (a partir de interferências no padrão de emoções, comportamentos e pensamentos automáticos).
  5. Auxiliar o paciente a lidar com gatilhos de estresse, que podem suscitar novos ciclos de mania e depressão.
  6. Oportunizar maior resiliência frente ao trauma e estigma do transtorno.

Como lidar com o transtorno bipolar

Precisamos dividir essa questão em duas partes: recomendações para quem tem transtorno bipolar e para quem se relaciona com pessoas com bipolaridade.

Começamos, então, enumerando sugestões para quem foi diagnosticado com o transtorno:

1. Seja comprometido com seu tratamento

Acredite, esse ponto é fundamental e merece ser enfatizado.

A bipolaridade não tem cura. Isso significa que tanto os medicamentos quanto o acompanhamento terapêutico não podem ser interrompidos, por mera vontade.

Com remédios e terapia, os sintomas são gradualmente atenuados.

A garantia de seus efeitos depende da continuidade do tratamento. Não esqueça disso!


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2. Conte para as pessoas próximas que você tem distúrbio bipolar

Fale sobre a doença. Explique quais são os sintomas que costuma apresentar. Diga como podem te ajudar quando tiver as alterações de humor.

Quando as pessoas sabem o que você enfrenta, compreendem melhor suas reações e sofrem menos com suas mudanças de comportamento.

“De todas as pesquisas que li sobre avanços em doenças mentais, esta mensagem ressoa mais alto. Precisamos uns dos outros para levar uma vida saudável e, quando confrontados com a perspectiva de doença, seja mental ou física, precisamos acreditar que os outros podem nos ajudar a chegar ao outro lado”. 
― Sheila Hamilton, fundadora e CEO da Beyond Well Media (empresa dedicada a produzir conteúdos que desmistificam questões relativas à saúde mental).

3. Não finja que está bem

Bipolaridade e relacionamentos
Ao perceber os sintomas dos episódios de humor, fale sobre o que está sentindo com as pessoas de sua convivência. Assim elas poderão entendê-lo melhor e ajudar no que for possível.

Mesmo com tratamento regrado, a pessoa com transtorno bipolar pode vivenciar ciclos de depressão e mania.

Com objetivos de não preocupar familiares, amigos e entes queridos, pode parecer uma “boa ideia” não comentar sobre essas oscilações. No entanto, isso é um grave erro.

Seja honesto sobre suas emoções e pensamentos.

Considere que, ao tentar preservar os outros, você os deixa desprevenidos.

É importante construir confiança mútua.

Quanto mais franco você for, menores danos irá causar.

4. Aprenda a perceber os gatilhos da bipolaridade

Situações de muito estresse, determinadas épocas do ano, noites mal dormidas… O fato é que, para cada um, certas circunstâncias podem colaborar para desencadear episódios maníacos ou depressivos.

Conforme nos aprofundamos no autoconhecimento, mais aptos estamos a nos preparar e minimizar efeitos de eventos que nos desestabilizam.

Quando as situações forem inevitáveis, converse antes com o psiquiatra ou terapeuta, buscando mecanismos de defesa preventivos.

“Você não é a sua doença. Você tem uma história individual para contar. Você tem um nome, uma história, uma personalidade. Permanecer você mesmo faz parte da batalha.” — Julian Seifter

Dentre as opções de métodos para rastreamento de gatilhos, sugerimos a manutenção de um diário em tópicos (bullet journal). Clique no link (em verde) para saber como utilizá-lo para cuidar de sua saúde mental.

Como conviver com uma pessoa com bipolaridade

Quem convive com pessoas com transtorno bipolar também deve aprender a se resguardar e saber quais os comportamentos adotar.

Nessas condições, nossas dicas são:

1. Informe-se sobre o transtorno bipolar

Leia sobre o assunto. Procure bons livros e sites confiáveis, que ampliem seu entendimento sobre a doença mental, inibindo preconceitos e mitos.

Você entenderá melhor o que sente a pessoa acometida pelo distúrbio e, assim, poderá agir de forma mais apropriada.

2. Pergunte sobre os sintomas

Explique que você tem uma noção sobre o assunto e entende que cada pessoa esboça sinais diferentes de mania e depressão. Mostre que seu interesse tem intuito de ajudar a perceber as mudanças e oferecer conforto.

Quanto mais íntima for sua relação com a pessoa que tem sintomas de bipolaridade, mais crucial é reconhecer os indícios de crises. Assim você irá se esquivar de julgamentos equivocados diante de comportamentos atípicos.

“… o primeiro desafio que a família e os amigos enfrentam é mudar a maneira como eles veem os comportamentos que podem ser sintomas da doença — comportamentos como não querer sair da cama, ser irritável e mal-humorado, ser ‘hiper’ e imprudente ou excessivamente crítico e pessimista. Nossa primeira reação a esses tipos de comportamentos e atitudes é considerá-los preguiça, mesquinhez ou imaturidade e criticá-los. 
Em uma pessoa com transtorno bipolar, a crítica quase sempre piora as coisas: reforça os sentimentos de inutilidade e fracasso do paciente deprimido, e aliena e irrita o paciente hipomaníaco ou maníaco. 
Esta é uma lição difícil de aprender. Nem sempre tome comportamentos e declarações pelo que você vê. Aprenda a se perguntar: ‘Isso pode ser um sintoma?’ antes de reagir.”*
― Francis Mark Mondimore, psiquiatra.

3. Ofereça apoio

A colaboração pode vir de diferentes formas. O auxílio no controle dos medicamentos é uma possibilidade.

Na fase de mania, quando a pessoa se sente muito bem e feliz, é comum que deseje interromper o tratamento. Interfira, lembrando que o bem-estar depende da continuidade dos cuidados.

Mostre-se aberto a conversas e incentive hábitos saudáveis.

Se possível, seja um parceiro de caminhadas, boa alimentação, atividades de lazer e recusa de vícios — como álcool, drogas e jogos.

“Os gatilhos são situações, eventos ou comportamentos que levam a sintomas previsíveis do transtorno bipolar. Uma vez que ambos aprendam a descobrir, reduzir e eliminar esses gatilhos, muitos dos sintomas do transtorno bipolar do seu parceiro podem ser prevenidos ou significativamente minimizados.” 
― Julie A. Fast, pesquisadora e especialista líder mundial em saúde mental nos tópicos de transtorno bipolar, depressão, ansiedade e psicose.

4. Mantenha a calma

Discutir não é uma boa solução. O tom de voz alterado irá acentuar os sintomas e trazer mais dificuldades para superação do quadro.

É natural que a agressividade ou o desânimo, por exemplo, te causem impaciência.

Ao perceber que a situação ultrapassa seus limites, afaste-se um pouco. Respire fundo.

Lembre que a crise é passageira e mantenha o foco em pensamentos e palavras positivas.

5. Cuide da própria saúde mental

“Os humores são por natureza atraentes, contagiosos e profundamente interpessoais, e os distúrbios de humor alteram as percepções e comportamentos não apenas daqueles que os têm, mas também daqueles que estão relacionados ou intimamente associados.
A bipolaridade — marcada, como é, por flutuações extraordinárias e confusas de humor, personalidade, pensamento e comportamento — inevitavelmente tem efeitos poderosos e muitas vezes dolorosos nos relacionamentos.” 
― Kay Redfield Jamison, psicóloga.

Você é humano e não deve se cobrar em excesso.

O relacionamento com a bipolaridade exige resiliência. E a melhor forma de encontrá-la é respeitando a si próprio.

Não faça do transtorno alheio sua prisão. Diga como você se sente diante das reações abruptas — sem incutir culpas, mas como forma de incentivar o tratamento.

A pessoa que tem bipolaridade não é incapaz de entender seus sentimentos. Ela sabe que tem responsabilidade sobre seus atos e aprenderá, com você, a importância de ser transparente em relação aos impulsos.

Procure por terapia ou grupos de apoio. Conversar sobre o que você enfrenta proporcionará acolhimento e luz para suas próprias necessidades.

Mitos e verdades sobre a bipolaridade

Existem inúmeros mitos sobre a bipolaridade. Todos mais graves que a própria doença — uma vez que levam ao estigma, preconceito e até à negligência para com o tratamento.

Segundo pesquisa do IPq (Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP), 40% dos portadores de transtorno bipolar e seus familiares têm crenças equivocadas sobre a natureza do distúrbio, o papel da família e efeitos da medicação.

A seguir, esclarecemos alguns mitos e verdades sobre a bipolaridade, com o intuito de contribuir para o fim de tantos (e perigosos) equívocos.

1. Pessoas bipolares têm dupla personalidade

Definitivamente, esse é um grande mito sobre a bipolaridade.

Pessoas com transtorno bipolar não mudam de personalidade quando enfrentam os sintomas do distúrbio.

O que muda é o seu humor, não sua identidade.

O que precisamos entender é que, na bipolaridade, pensamentos e emoções fogem do controle, levando a comportamentos que causam estranhamento quando comparados ao padrão habitual.

E essa ruptura da normalidade é substancial, porque as oscilações de humor também são.

O que pode causar esse mito da “dupla personalidade” é que não esperamos que alguém, de repente, comece a agir de modo impulsivo (chegando a colocar aspectos da sua vida em risco), se torne mais agressivo ou assuma uma súbita mania de grandeza.

Ocorre que esses são alguns possíveis sinais da fase maníaca (eufórica) da bipolaridade.

Naturalmente, sempre procuramos interpretar o comportamento daqueles com os quais convivemos. Buscamos relações entre o que presenciamos e motivos plausíveis, que os justifiquem.

Mas, e quando não os encontramos?

Corremos o risco de encaixar aquilo que não compreendemos em preconceitos, em entendimentos rasos que ignoram o complexo funcionamento da mente.

A bipolaridade não revela dupla personalidade. E sim uma mesma identidade, que experimenta, com intensidade, seus polos opostos — depressão/apatia e mania/euforia.

2. A pessoa bipolar é mentirosa

Outro perigoso mito sobre a bipolaridade.

Precisamos tomar muito cuidado com rótulos. E atrelar bipolaridade à mentira seria um deles.

Sim, a mentira pode ser um reflexo da bipolaridade. Mas, quando entendemos o porquê, a enxergamos de outro modo.

Na verdade, a mentira compulsiva pode ocorrer em virtude dos sintomas das fases maníacas ou depressivas (próprias do distúrbio), tais como:

  • delírios de grandeza;
  • alucinações;
  • pensamentos acelerados;
  • impulsividade e julgamento prejudicado;
  • lapsos de memória e outros problemas cognitivos.

Também é possível que o bipolar minta impelido pela busca de aceitação.

Como já dissemos, o transtorno mental ainda é muito estigmatizado. Logo, o portador pode preferir contar uma versão de sua história que encubra os reais efeitos da condição.

“Persiste o mito de que a doença mental é uma falha de caráter.
É minha esperança que um dia os distúrbios do cérebro sejam tratados com tanto cuidado, compaixão e tenacidade quanto as doenças de qualquer outro órgão do nosso corpo”. 
― Sheila Hamilton, fundadora e CEO da Beyond Well Media (empresa dedicada a produzir conteúdos que desmistificam questões relativas à saúde mental).

3. A bipolaridade é perigosa

Verdade.

Sem tratamento adequado, sim, a bipolaridade é uma doença perigosa.

Imagine sensações como tristeza ou irritabilidade levadas ao extremo. O que podem causar?

Riscos à autopreservação e prejuízos ao convívio seriam consequências bastante prováveis.

Por isso é tão importante que exista conscientização sobre a necessidade de tratamento (ininterrupto) do transtorno bipolar.

Com medicação e acompanhamento psicoterapêutico, os sintomas de mania ou depressão podem ser gerenciados com maior destreza e resiliência — tanto por quem sofre com o distúrbio quanto por familiares e amigos, que desempenham parte fundamental do processo, a partir do momento que contam com psicoeducação adequada.

4. Pessoas com transtorno bipolar podem trabalhar

É um fato! Pessoas com bipolaridade podem trabalhar, estudar e se relacionar normalmente. Desde que os desafios da condição não sejam ignorados.

Afinal, como estamos enfatizando neste texto, os sintomas do distúrbio bipolar não podem ser desprezados.

Cada um de nós vive as próprias dificuldades. Todos temos obstáculos em nosso dia a dia. E, para encará-los, precisamos — primeiro — praticar a aceitação para, após, buscarmos estratégias de enfrentamento e superação.

Assim também é a bipolaridade.

Não é útil pensar que suas adversidades são inexistentes. Elas são reais. Mas isso não significa que sejam incontornáveis.

Psicofármacos ajudam a estabilizar o humor, prevenindo os altos e baixos acentuados pela doença.

Esse cuidado, somado à psicoterapia, habilita o portador de bipolaridade a lidar com suas características de modo mais saudável, assertivo e funcional.

Assim, o que determina, em grande medida, a plenitude da rotina não é o transtorno de humor. Mas, sim, as ferramentas das quais a pessoa dispõe para mantê-lo sob controle.

“O transtorno bipolar, muitas vezes sazonal, é recorrente por natureza.
Se não tratado, os indivíduos com essa doença podem esperar experimentar muitos episódios de depressão e mania, e geralmente piorando com o tempo. 
É importante notar, entretanto, que a maioria dos indivíduos que têm o transtorno bipolar apresenta humor normal na maior parte do tempo. Isto é, eles mantêm sua razão e sua capacidade de funcionar pessoal e profissionalmente.”
― Kay Redfield Jamison, psicóloga clínica e uma das maiores especialistas em transtorno bipolar. 

5. Pessoas bipolares são mais inteligentes

Seriam as pessoas com transtornos bipolares gênios incompreendidos?

Na verdade, nada impede que tenham talentos ou inteligências singulares. Assim como qualquer outra pessoa.

Contudo, o distúrbio não é o responsável pelo desempenho intelectual acima da média.

Seria um demérito atribuir a um problema aquilo que foi adquirido com esforços legítimos para o desenvolvimento de habilidades.

Portanto, imaginar que o QI elevado é efeito da bipolaridade é um mito.

Parcialmente, essa falsa associação entre bipolaridade e genialidade pode ser explicada pelo momento da vida no qual, frequentemente, iniciam os sintomas de mania e depressão: o começo da fase adulta.

E o que está acontecendo conosco nessa época? Geralmente, estamos iniciando jornadas profissionais ou aprofundando conhecimentos acadêmicos. Logo, é oportuno que diferentes inteligências despontem, pois o contexto as fomentam.

Porém, se isso não for próprio do indivíduo, não será a bipolaridade que trará magnitude aos feitos. Ela, apenas, pode coincidir com um intelecto avantajado — nunca proporcioná-lo.

Outra hipótese, investigada em estudos, é que a bipolaridade talvez seja consequência (ou seja, resultado e não causa) de um QI acima da média.

Uma possibilidade é que distúrbios graves de humor — como o transtorno bipolar — são o preço que os seres humanos tiveram que pagar por características mais adaptativas, como inteligência, criatividade e proficiência verbal.” observa Daniel Smith, da Universidade de Glasgow, que liderou uma dessas pesquisas.


Observação

O uso da expressão pessoa bipolar é, na verdade, incorreto.

Sempre devemos lembrar que o diagnóstico de uma doença — seja ela física ou mental — não define uma pessoa.

Em outras palavras: a pessoa não é uma doença. Ela tem uma doença.

Portanto, o correto é dizer pessoa com transtorno bipolar ou bipolaridade.

Pode ser uma diferença sutil — mas capaz de modificar a compreensão do distúrbio.

Dito isso, optamos por manter a expressão pessoa bipolar nas questões acima porque as dúvidas foram apresentadas dessa forma.

“Problemas de saúde mental não definem quem você é. Eles podem ser intensos. Eles podem ser esmagadores. Mas eles são algo que você experimenta — e não quem você é.Do mesmo modo que você pode andar na chuva, sentir a chuva, deixá-la encharcá-lo até os ossos — mas, ainda assim, você não é a chuva.” — Matt Haig


Filmes sobre transtorno bipolar

Confira, abaixo, 7 dicas de filmes e séries sobre bipolaridade, para entender melhor o transtorno:

  1. Spin Out (série), disponível na Netflix.
  2. Modern Love (série/episódio 3), disponível na Amazon Prime Video.
  3. O Escocês Voador (filme), disponível na Netflix e Google Play.
  4. As faces de Helen (filme), disponível na Amazon Prime Video.
  5. Mr. Jones (filme), disponível no Google Play.
  6. O lado bom da vida (filme), disponível no Globoplay e Netflix.
  7. Tocados pelo fogo (filme), disponível no Globoplay.

Importante lembrar: filmes e séries são obras de ficção. Não têm, portanto, o compromisso de retratar — fielmente — as características de distúrbios mentais.

Porém, as referências são interessantes, pois permitem a discussão do tema.

Se você lembrar de algum personagem, filme ou série que, de alguma forma, retrate o transtorno bipolar, acrescente sua sugestão nos comentários.

Sua contribuição pode proporcionar novos diálogos!

Livros sobre bipolaridade

Sugestões de leituras para quem deseja ter melhor compreensão sobre diferentes aspectos do transtorno bipolar:

  1. Bipolar: memórias de extremos, por Terri Cheney. Editora Larousse.
  2. Me diga quem eu sou: uma bipolar em busca de sanidade, por Helena Gayer. Editora Objetiva.
  3. Uma mente inquieta, por Kay Redfield Jamison. Editora WMF Martins Fontes.
  4. Crônicas de um bipolar, por Marcelo C. P. Diniz. Editora Record.
  5. Não sou uma só: diário de uma bipolar, por Marina W.
  6. Transtorno bipolar: o que é preciso saber, por por David J. Miklowitz. Editora M.Books.
  7. Aprendendo a viver com o transtorno bipolar: manual educativo, por Ricardo Alberto Moreno, Doris Hupfeld Moreno, Danielle Soares Bio e Denise Petresco David. Editora Artmed.
  8. Vencendo o transtorno bipolar com a terapia cognitivo-comportamental — tratamentos que funcionam: Manual do Paciente, por Monica R. Basco. Editora Artmed.
  9. Vivendo com transtorno bipolar: um guia para entender e manejar o transtorno, por Lesley Berk, Michael Berk, David Castle e Sue Lauder. Editora Artmed.

5 TED Talks sobre transtorno bipolar

Há uma quantidade significativa de palestras do TED que abordam a bipolaridade, sob diferentes aspectos.

Abaixo, listamos 5 títulos que podem ser de seu interesse:

1. Sobre ser louco o suficiente, por Joshua Walter (com legendas em português).

No site oficial do TED, consta a seguinte sinopse da palestra:

“No Full Spectrum Auditions do TED, o comediante Joshua Walters, que é bipolar, define a linha entre a doença mental e a ‘habilidade’ mental. Nesta apresentação divertida que nos faz refletir, ele pergunta: Qual é o equilíbrio exato entre medicar a loucura e estar no extremo maníaco da criatividade e impulso?”

2. Sobrevivendo com uma doença mental, por Eric Walton (legendas em português disponíveis).

Trecho da sinopse do vídeo, disponibilizado pelo canal TEDx Talks no YouTube:

“Três anos após receber diagnóstico e tratamento, Eric fala sobre como é ter transtorno bipolar, como é crescer cercado por medo e estigma, e o que cada pessoa pode fazer para ajudar a resolver problemas relacionados à doença mental. Ele nos ajuda a entender, profundamente, sua jornada do medo à força.”

3. Vivendo com Bipolar Tipo II, por Laura Bain (é possível habilitar as legendas em português).

4. Encontrar o equilíbrio no bipolar, por Ellen Forney.

Neste vídeo, para obter a tradução, é necessário habilitar as legendas e clicar no ícone “detalhes” — localizado na parte inferior do vídeo — selecionar “legendas/CC” e depois optar por “traduzir automaticamente”, escolhendo o idioma português na lista que será disponibilizada.

Trecho da sinopse, disponibilizada pelo canal TEDx Talks no YouTube:

“Nesta palestra comovente e generosa, Ellen usa palavras e imagens — seus próprios quadrinhos — para compartilhar a história de como ela manteve sua criatividade enquanto administrava sua doença e compartilha o sistema que desenvolveu para alcançar o equilíbrio e mantê-lo.”

5. Meu diagnóstico bipolar foi um presente, Lianca Lyons.

Para obter as legendas em português, siga as mesmas instruções que indicamos no vídeo anterior.

Trecho da sinopse no canal TEDx Talks:

“Saber que ela [Lianca Lyons] tinha transtorno bipolar deu início a uma reação em cadeia de hábitos saudáveis ​​para controlar seu estado de saúde mental. Lianca nos ensina suas estratégias.”


Você tem dúvidas que não foram respondidas neste texto? Fique à vontade para escrever sua pergunta nos comentários.

* Tradução nossa.

Clínica de Psicologia Nodari
Especializada em Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC)
Atendimentos Particulares em Psicoterapia e Avaliação Neuropsicológica

Está localizada na Vila Mariana, São Paulo/SP
11 99725-4565

Comentários

21 respostas

  1. Fui identificado com transtorno bipolar. Não é fácil pra mim nem para as pessoas próximas que nos amam. Muito obrigado pela pesquisa. Ajudou muito.

  2. Obrigada por este site, Aprecio ver porque me ajuda a perceber como somos todos diferentes,
    e aceitar todos os que por vezes não compreendemos.
    Grata Bem Haja

  3. Olá, minha mãe tem 60 anos e sofre com transtorno bipolar desde sua juventudade. Ela sempre fez tratamento e vivia uma vida normal, mas, recentemente (2020), entrou em crise e até hoje não conseguimos fazê-lá voltar ao seu normal. Já testamos vários grupos de medicamentos diferentes, com dosagens até extramadas e não há nenhum retorno positivo. Levamos periodicamente ao psicólogo e psiquiatra (que inclusive já mudamos 3x) mas sem melhora significativa. Ela tem maninas intensas diárias, de achar que está sendo perseguida e que estão tentando fazer algo contra ela, além de alucinações auditivas, visuais e depressão. Ela já foi internada antes e sua psiquiatra sugeriu “eletrochoque” como última alternativa, mas não pensamos nisso. Não sei mais o que fazer, nossa família vem sofrendo muito com isso.

    1. Olá Gabriel,
      Sentimos muito que passe por tudo isso. Já considerou fazer terapia? Um psicólogo pode te ajudar a entender toda essa situação que está acontecendo com a sua mãe, e dessa maneira você poderá ajudá-la da melhor forma.
      E se possível, recomendo também que tente conversar com o psicólogo e o psiquiatra dela, acredito que eles também possam te auxiliar com outras maneiras de como você pode ajudá-la.

  4. Tenho 56 anos e fui diagnosticado com TAB a 2 anos.Minha vida e a de minha família quase acabou, muito triste.Mas hoje estou bem graças ao tratamento. Gostei muito dos textos,muito bem explicado.

    1. Boa tarde Hamilton,
      É muito importante fazer terapia para tratar a bipolaridade. A terapia cognitivo comportamental é a mais recomendada para esses casos. E que bom que você gostou do texto, estamos à disposição.

  5. Boa noite. Comecei a ler sobre o assunto quando minha filha foi diagnosticada, à 8 anos. Mas ainda não tinha lido nada tão esclarecedor. Muito bom. Gostei das dicas também, é muito desafiador conviver com uma pessoa bipolar e na minha família já duas pessoas foram diagnosticada. É uma família de princípios tradicionais e talvez por esse motivo foi é muito difícil para alguns membros a aceitação. Até mesmo para minha filha que é a portadora do transtorno. Mas gosto de ler sobre o assunto pois foi assim e acompanhando- a nas consultas que a cada dia aprendo como lidar com seu diagnóstico. Muito obrigada muito bom. Esclarecedor….

    1. Boa noite Rosemeire,
      Ficamos felizes com seu comentário, e que bom que esse artigo te ajudou a entender melhor sobre a bipolaridade.

  6. Vcs podiam indicar conteúdos, grupos de ajuda para os familiares que convivem com a pessoa que é bipolar

  7. Olá, sou psicóloga e estou atendendo um paciente com transtorno bipolar. Gostaria de parabenizar pelo excelente conteúdo sobre o assunto.

    1. Olá, Tatiane!
      Fico lisonjeada ao saber que gostou do texto.
      Muito obrigada pela gentileza de seu comentário.
      Sucesso para você!

  8. Boa tarde,
    Muito esclarecedor esses conteúdos. Sei bem o que é estar nessa condição. São tantos sintomas que nem sei ao certo se é bipolaridade. Hormônios da tireóide por exemplo, reguladores do sono, perdas, etc, etc…

    1. Oi, Eliana!
      É importante que o diagnóstico seja feito por um médico psiquiatra. Muitas vezes os sintomas se confundem mesmo. Depois que souber o que é, fica mais fácil tratar corretamente.
      A terapia pode ajudar muito também!
      Muito obrigada por deixar seu comentário por aqui!
      Abraços!

    2. Com 15 anos recebi esse diagnóstico terrível. Tudo que escreveram nessa página está certo.

  9. Texto muito bom. Já li alguns textos sobre o assunto, mas esse é o melhor, esclarecedor e sensível.

    1. Olá, Karlin!
      Agradeço muito o seu comentário.
      Buscamos pesquisar bastante antes da produção dos textos, para trazer informações atualizadas e que respondam às principais dúvidas de quem chega ao blog da Clínica.
      É muito bacana saber quando nosso trabalho gera esse tipo de conexão e impressão.
      Seja sempre bem-vinda por aqui!

  10. Muito obrigado pelas informações deste site. Eu o recomendo para que amigos e familiares compreendam mais a gente!

    1. Muito obrigada, Jean!
      Sua recomendação é uma grande honra para nós!
      Espero que possa te proporcionar outras leituras interessantes aqui no blog.
      Inclusive, se quiser deixar sugestões de assuntos (para abordarmos em novos textos), saiba que sua opinião será muito bem-vinda.
      Um grande abraço!

  11. Obrigada por este site. Estava atrás de artes que mostrasse essa representatividade e vocês trouxeram.

    1. Obrigada por deixar seu comentário, Mayanne!
      Muito bom saber que conseguimos abordar a bipolaridade de uma forma que foi útil e satisfatória para você.
      Seja sempre bem-vinda ao nosso blog!

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