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Falta de esperança: o que é, como identificar e como lidar

Falta de esperança: o que é, como identificar e como lidar

Não consigo me sentir bem. Já tentei de tudo, mas nada dá certo para mim.

Acredito que meu destino é ser infeliz, fracassado, solitário.

Nenhum esforço vale a pena, pois o resultado de tudo o que faço é insignificante.

Pensamentos assim caracterizam a falta de esperança — um dos principais sintomas da depressão.

Em função da desesperança, provavelmente você se sente convencido de que sua vida é (e sempre será) uma sequência infinita de frustrações e decepções. Parece não existir saída para os problemas.

Mas será que a falta de esperança está te mostrando como, de fato, as coisas são?

Sua perspectiva sobre o futuro é exata?

Vamos entender melhor como e porque a falta de esperança pode estar confundindo sua percepção da realidade.

Relação entre falta de esperança e depressão

A primeira coisa que precisamos ter em mente é que a falta de esperança é um sintoma de depressão. Ou seja, ela revela uma condição de saúde mental que, por sua vez, leva a focar em aspectos negativos das situações do dia a dia.

Claro, quando nossa forma de pensar sobre as coisas tende a ser negativa, nos sentimos mal. E pode parecer que a forma como nos sentimos é uma sentença sobre a vida.

Porém, nossas emoções não são confiáveis quando se trata de prever o futuro.

Por exemplo, se em vez de deprimido, você estivesse muito feliz. Sua alegria, no momento presente, seria uma pista confiável de como toda a sua vida vai ser daqui para frente? Ou seja, ao experimentar a felicidade, você tem garantias de que nunca mais terá dias ruins e momentos de tristeza?

Seria um tanto quanto irracional pensar desse modo, não é mesmo?

Afinal, novos acontecimentos virão. Acontecimentos bons e ruins, que sua emoção, no momento, não pode prever.

A verdade é que há pouco espaço para o “sempre” e para o “nunca”, quando analisamos a realidade da existência.

Bem, se o raciocínio do “feliz para sempre” não parece fazer muito sentido, por que a ideia da infelicidade contínua deveria ser encarada de forma diferente?

Emoções mudam, porque os fatos da vida mudam. E se você não pode prever os fatos, não deveria cometer o erro de prever suas emoções.

Por que nos sentimos sem esperança

Você pode argumentar que sua falta de esperança tem justificativas plausíveis. Pode dizer que sua experiência de vida mostra que esperar o melhor é pedir para se desapontar.

Muitas coisas ruins aconteceram. Você já sofreu demais. Sente que a sorte não está do seu lado. Logo, parece que fazer novos esforços é inútil. Mais do que isso: parece um convite a novas decepções.

Ao pensar assim, você usa a falta de esperança para se proteger. Afinal, se não fizer nada, se não acreditar em nada, se não esperar por bons acontecimentos, você não corre o risco de se machucar.

De certa forma, é normal ter medo da esperança. Nós já criamos tantas expectativas positivas, que resultaram em frustração…  Que parece uma opção melhor  nos poupar de novas tristezas.

E quem sugere que você deveria se permitir novas oportunidades, experimentar outros caminhos, não parece entender sua dor. Os incentivos soam como conselhos bobos e você pode até confrontá-los, repetindo frases como as que destacamos no início deste texto.

Mas será que esse é um bom momento para você acreditar no que sente? Considerando seus argumentos, a desesperança parece fazer todo sentido, não é mesmo?

O falta de esperança é círculo vicioso entenda mais sobre.
Entenda como funciona o círculo vicioso da falta de esperança

Entenda a sua falta de esperança

Uma estratégia que pode te ajudar, até mesmo para orientar suas ações de combate à desesperança, é verificar a quais pontos de sua vida o “fim da esperança” se refere.

É possível, realmente, que não exista mais esperança para certas circunstâncias.

Um relacionamento que acabou, por exemplo.

Lógico, você tem todo o direito de ficar abalado, em função da ruptura, durante um tempo. A tristeza e o desânimo são penosos, mas não são errados.

O erro seria tomar essa situação específica como parâmetro para tudo em sua vida, generalizando a experiência aceitando o fim da esperança.

Nada dá certo em sua vida ou foi aquele relacionamento (trabalho, amizade, evento, encontro, plano…) que acabou mal?

Cuidado com as generalizações!

A desesperança como um círculo vicioso

O problema é que a falta de esperança se mostrará válida porque, sem se dar conta, você atua de forma a confirmá-la.

Como?

Acompanhe o raciocínio:

  1. Você está convencido de que nada que possa fazer irá mudar sua situação. De que se os resultados de suas ações sempre acabarão em derrota, não vale a pena investir esforços em um novo desafio. Ser otimista seria como negar as evidências.
  2. Sendo assim, você não se dedica a nenhum comportamento diferente, nenhuma experiência nova, que possa mudar a forma como você se sente. Ou você até faz uma coisa ou outra, mas sempre com o “pé atrás”, preparado para o resultado negativo. Diante do primeiro empecilho, você está pronto para dizer a si mesmo “eu já sabia”.
  3. Então, você desiste e confirma que a falta de esperança faz sentido.

Em outras palavras: quando você tem convicção de que algo vai acontecer (no caso, resultados negativos), essa crença influencia seu comportamento — e você acaba agindo de modo a confirmar sua previsão do futuro. É o que chamamos de profecia autorrealizada.

Como lidar com a falta de esperança

A partir do momento que você entende como funciona o círculo vicioso (ou a profecia autorrealizada) da falta de esperança, também pode entender que suas constatações podem estar equivocadas.

O que aconteceria se você colocasse à prova a visão de futuro que a desesperança te apresenta?

Já que você duvida de tantas coisas, porque não duvidar de sua suposta habilidade de prever o futuro?

Você pode ter certeza de que nunca terá um relacionamento saudável, um emprego satisfatório ou de que irá se livrar da depressão?

Apenas considere a possibilidade de você estar errado quanto às suas conclusões.

Aja como se fosse possível

Seu próximo passo é imaginar o que você faria se houvesse esperança de que as coisas fossem diferentes.

A ideia é fazer um teste.

Considere, por exemplo, que — ao contrário do que você vinha acreditando — seja possível encontrar pessoas que te valorizam, pessoas que gostam e apreciam sua companhia, pessoas que farão você se sentir bem consigo mesmo.

Pense que é esse o destino que o aguarda, e não mais a imagem da solidão.

Como seria sua vida se você estivesse certo de que encontrará boas companhias?

Provavelmente, se sentiria mais disposto, animado, mais confiante em si mesmo.

Faça o mesmo com os demais pensamentos pessimistas. Coloque cada um deles à prova e aja como se você acreditasse que no futuro estará melhor. Ou seja, a dica aqui é: aja como se os seus objetivos não fossem impossíveis.

Toda vez que a falta de esperança quiser guiar suas ações, reflita “o que eu faria se me sentisse mais esperançoso?”. Escolha agir como se a esperança fosse sua nova orientação. Apenas faça esse experimento e verifique os resultados.

Novos caminhos podem ser encontrados
Existem formas que pode te auxiliar a encontrar novos caminhos.

Experimente tirar o foco do evento negativo

Faça uma lista de coisas que você apreciava fazer antes de se sentir deprimido.

Coisas que você fazia antes do evento que te deixou sem esperanças no futuro.

Ora, será que você não poderia voltar a fazê-las?

Sua vida não se reduz a experiências negativas. É importante que você prove isso para si mesmo. Em vez de focar na situação que gera a falta de esperança, destine sua atenção, tempo e energia para outros aspectos de sua vida.

Saiba que não é possível que você tenha esgotado as possibilidades

A falta de esperança nos faz crer que não existe um modo de melhorar as coisas. Não é difícil que acabemos alegando que já fizemos tudo o que era possível.

Mas isso não é verdade.

E se, sozinho, você não consegue encontrar alternativas, saiba que a terapia pode te mostrar novos caminhos.

A terapia cognitivo comportamental é um excelente recurso e já ajudou milhares de pessoas que passavam por problemas muito semelhantes aos que você vem enfrentando.

Existem medicamentos e outras formas de tratamento que também podem te auxiliar.

Há esperança. Ela é concreta. Dê, a si mesmo, a chance de encontrá-la.


Referência: Vença a depressão antes que ela vença você, de Robert L. Leahy.

Clínica de Psicologia Nodari
Especializada em Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC)
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