A Síndrome do Pânico é um transtorno de ansiedade frequente, sobretudo nas grandes metrópoles.
Conforme os dados do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (IPq – HCFMUSP), 10% da população pode apresentar crises de pânico e alguns de seus sintomas.
A incidência do transtorno do pânico é maior em jovens e mulheres.
A primeira crise geralmente ocorre entre os 15 e 25 anos e não apresenta causas.
Diferente da crise de ansiedade, a síndrome do pânico pode apresentar-se a qualquer momento, não exigindo um cenário ou situação vivida que justifique as conturbadas alterações físicas e emocionais.
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A pessoa dorme e de repente acorda durante a madrugada com os sintomas físicos, alguns deles são: taquicardia, falta de ar, dor no peito e outros.
Saiba mais sobre o transtorno do pânico, seus sintomas e possíveis tratamentos.
Principais diferenças entre a Síndrome do Pânico e a ansiedade
A Síndrome do Pânico e a ansiedade apresentam padrões comportamentais distintos.
Geralmente, em casos de transtorno de ansiedade existe uma razão que despertou a crise e intensificou o quadro, mesmo surgindo alguns sintomas físicos, como a falta de ar e palpitações, são menos intensos e frequentes ao compararmos com a crise de pânico.
A crise de pânico não escolhe hora e nem local para apresentar-se, é completamente imprevisível.
A sensação é descrita por quem vive esse transtorno como um medo intenso de morrer e pensamentos catastróficos incontroláveis, acompanhado de calafrios, taquicardia e boca seca.
Isso tudo de repente, sem nenhum sinal que anteceda a crise. Quando a pessoa se dá conta está no pronto-socorro sendo atendida por uma equipe.
Um dos fatores que mais aflige quem sofre de transtorno do pânico é não saber quando ele pode surgir novamente.
Não há uma linearidade ou sinal, portanto uma nova crise pode surgir a qualquer momento, o que gera extrema preocupação e compromete seriamente a qualidade de vida.
Sintomas físicos da Síndrome do Pânico
- Dor intensa no peito e desconforto.
- Náuseas.
- Aceleração cardíaca.
- Medo de morrer.
- Despersonalização (sensação de que está fora do corpo).
- Sudorese.
- Tremores.
- Sentimento de bloqueio.
Como tratar o transtorno do pânico
O tratamento consiste na medicação indicada pelo psiquiatra e a terapia cognitivo-comportamental (TCC).
A TCC possui um papel muito importante no transtorno do pânico, pois irá orientar o paciente na reestruturação cognitiva e no controle da hipervigilância que é a preocupação constante de que a crise virá a qualquer momento intensificando a ansiedade.
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O medicamento torna-se essencial na maioria dos casos, principalmente no período da dessensibilização e contato com ambientes que intensificam os sintomas.
O tratamento para o transtorno do pânico consiste na exposição a situações que proporcione reações semelhantes ao pânico.
Além da reestrutura cognitiva, outros exercícios podem ser aplicados como o relaxamento muscular e a respiração abdominal ou diafragmática.
Existem causas para o desenvolvimento da Síndrome do Pânico?
Não existem causas estabelecidas para a crise de pânico, no entanto é estudado algumas situações multifatoriais que podem agravar ou gerar os sintomas, como o ambiente, e até fatores genéticos.
Estudos também relacionam o transtorno do pânico ao indivíduo que sofreu abusos na infância ou tenha enfrentado situações traumáticas de violência.
Existem casos que excluem todas essas situações e ainda assim a pessoa pode sofrer o transtorno, portanto não são causas determinantes.
O que é Agorafobia?
A agorafobia pode surgir em pacientes com transtorno do pânico. Geralmente é quando a crise do pânico intensifica.
A pessoa evita de sair de casa e enfrentar ambientes públicos, a sensação é de que a qualquer momento possa ter uma crise e que não terá ninguém para socorrer.
Quem possui agorafobia não consegue ficar sozinho e pode sentir-se mal quando precisa enfrentar ambientes fechados, como túneis, metrô, congestionamentos, ou quaisquer situações que dificultam o socorro, caso ela tenha uma crise.
O apoio da família é muito importante
Além da terapia cognitivo-comportamental e da medicação indicada pelo psiquiatra, o apoio da família é um pilar essencial para reversão e o sucesso do tratamento.
O portador da síndrome do pânico vai apresentar intensas vulnerabilidades emocionais como o medo e a insegurança que passam a atormentar a sua rotina.
Imagina ter uma vida socialmente ativa, agitada, e de repente deparar-se com essa situação?
Será necessário mudar os hábitos, desacelerar e rever muitos padrões comportamentais que já estavam bem estabelecidos na vida cotidiana.
É fundamental que a família tenha empatia com a situação dando apoio nos momentos necessários e compreensão aos medos, principalmente.
A força das pessoas próximas serão combustíveis importantes no processo de tratamento.